A cidade de Itabuna, na Bahia, é conhecida como “capital do cacau”, dada a importância da fruta na história, na economia e na cultura da cidade, que se localiza em uma região turística chamada de Costa do Cacau. A fruta já chegou a ser chamada de “ouro negro” e hoje alavanca a renda de muitas famílias, pois a Bahia é o estado que mais produz cacau no Brasil.
Pensando nisso, a Casa de Rachel, por meio do Programa de Educação Alimentar e Nutricional Nutre&Educa, realizou uma atividade com as crianças e adolescentes coparticipantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) em que a fruta foi apresentada e discutida, não só do ponto de vista nutricional mas também histórico, explicando a longa relação entre Itabuna e o cacau.
De acordo com Talita Rodrigues Paraizo, nutricionista do Lar Fabiano de Cristo, o cacau é um alimento com muitas propriedades que fazem bem à saúde, da redução ao risco de câncer a efeitos anti-inflamatórios.
— O cacau é um alimento que possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, e atua na redução do risco de desenvolvimento de câncer, pois ameniza a ação dos radicais livres. Os compostos fenólicos (grupo de substâncias provindas do metabolismo de plantas) do cacau apresentam efeitos antioxidantes, além de possuir atividade anti-inflamatória, que previne a ocorrência de eventos cardiovasculares, promove o aumento do colesterol-HDL (“bom” colesterol), redução do colesterol-LDL (colesterol “ruim”), melhora a função dos vasos sanguíneos e reduz a pressão arterial. Além disso, é fonte de teobromina, substância que apresenta propriedades diuréticas, estimulantes e relaxantes, sendo a principal responsável pela diminuição da pressão arterial; e de triptofano, aminoácido precursor da serotonina, hormônio que regula nosso humor. Juntos, esses dois elementos proporcionam uma sensação de prazer e bem estar ao ingeri-lo — explica Talita.
Na atividade da Casa de Rachel, os coparticipantes tiveram a oportunidade de aprender sobre a fruta e de entender o processo de produção do chocolate, que parte do cacau, e de aproveitar deliciosos momentos de socialização e contato com a natureza, com jogos e brincadeiras, como se fosse um piquenique.
Segundo a nutricionista Talita, aliar o consumo de alimentação saudável a ambientes agradáveis, como é regra no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos no LFC, é uma excelente maneira de desenvolver melhores hábitos alimentares.
— Nenhum alimento, isoladamente, é capaz de promover a melhora ou piora da saúde de um indivíduo. Tudo depende do conjunto de hábitos alimentares e a frequência que está acostumado a consumir determinado alimento. Desta forma, buscar consumir alimentos que nos dão prazer, em versões saudáveis, ambientes agradáveis e situações acolhedoras, é uma boa opção para a construção de hábitos alimentares e autonomia. Com esta prática, estimula-se o bem estar e a melhora da saúde mental e física do indivíduo, fazendo com que o ato de comer não seja associado apenas a algo controlado, mas sim a lembranças de alegria, afeto e socialização — conta Talita.